quarta-feira, 24 de abril de 2013

RESENHA DO LIVRO A cidade do sol, de Khaled Hosseini

     Ganhei um livro de uma amiga, chamada Sílvia. Foi presente de aniversário. E um presente que ela sabe que adoro ganhar.
     Trata-se do livro de Khaled Hosseini, mesmo autor de O caçador de pipas. Se você assistiu ao filme ou leu o livro O caçador de pipas e se emocionou, terá sentimentos parecidos. O livro A cidade do sol traz  sentimentos como revolta, compaixão, esperança, alegria; mas o a esperança é o maior.
     A história se passa numa aldeia fictícia do Afeganistão, na cidade de Herat e chega a Cabul, capital desse país. Não falta tradição, preconceito, humilhação, desprezo, guerra e todas as mazelas trazidas por ela.  "Depois, os tapetes eram enrolados, as armas, carregadas e as montanhas disparavam sobre Cabul, que, por sua vez, disparava contra as montanhas, enquanto Laila e os demais habitantes da cidade ficavam só olhando, tão impotentes quanto o velho Santiago vendo os tubarões abocanharem o seu valioso peixe."
     O livro escancara o que vemos em reportagens de telejornais e alguns documentários. A condição da mulher naquele país, a supervalorização do sexo masculino, os interesses do Ocidente com as guerras travadas lá juntamente com a total falta de interesse pelo sofrimento do povo.
     A história começa com o nascimento de Mariam 1959, conta sobre sua infância e adolescência entra nos anos 70  nos anos 80, época em nasce Laila, outra personagem principal, quando o Afeganistão fazia parte da extinta URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas) liderada e idealizada pela Rússia. Vai até o século XXI (2003). 
     É impressionante a maneira como o autor traz estas épocas sem nos deixar cansados na narrativa. Ele consegue atravessar épocas, guerras, tempos de aparente paz. Evidenciar sua opinião sobre os povos que ali vivem, sobre a influência e presença do Ocidente ali, sem tirar o foco da história em si.
     A narrativa inicialmente é sobre uma menina, fruto de um relacionamento de um patrão muito rico com uma de suas empregadas. Sua relação com o pai quando criança, as consequências de ser filha de um relacionamento assim, como a sociedade daquele lugar vê uma criança gerada nessas condições, etc.
     Enquanto lemos, nos intrigamos com a segunda parte do livro, que começa a contar a história de outra garota, Laila, com seu amiguinho Tariq. A princípio quando estamos lendo esta parte, não compreendemos o porquê dessa garota entrar na história e a protagonista "desaparecer" da narrativa. Mas nos surpreendemos quando as histórias das duas se cruzam no caminho e às vezes se fundem. 
     Além de conhecer a histórias dessas duas mulheres, conhecemos o valor da mulher naquele país, a cultura daquela gente e o mais importante, a esperança e a fé, que são o que move aquele povo sofrido que consegue levar a vida em meio a tanto sofrimento, tantas guerras, tantos desafios que surgem a cada época. "Laila decidiu que não se deixaria abater pelo ressentimento. Mariam não gostaria de vê-la assim. (...) Portanto resolveu seguir tocando a vida. (...) Porque, no fundo, sabia que era tudo o que podia fazer. Viver e ter esperanças."
     O desenrolar da história é emocionante e cheia de surpresas!!!
     Um livro que vale a pena ter, ler, reler quantas vezes quiser! Recomendo.
É isso, 
Ilma Madrona.