terça-feira, 18 de junho de 2013

O Brasil acordou?

 



     O Brasil está protestando, buscando direito, dizendo não á corrupção, á precariedade do transporte público, do sucateamento da saúde, dizendo não à falência da educação pública.
     Desde os protestos dos "caras pintadas", eu não via protestos tão ardentes, tantos manifestantes nas ruas. Os "caras pintadas" exigiram a renúncia do então presidente Fernando Afonso Collor de Mello e os protestos tiveram êxito, Collor "caiu".
     Agora é um "chega", um basta para tanta hipocrisia, os gastos absurdos das construções de estádios para a Copa, um basta a tudo que falta ou à falta de tudo, do básico, um não à mídia que aliena ao invés de denunciar.
   É isso aí, acorda Brasil, acorda moçada! Olhe por trás dos gastos, por trás dos "benefícios". É nosso dinheiro, nosso suor que está sendo usado para corromper, ser desviado, embolsado por mensaleiros e afins. Acorda, Brasil!

É isso,
Ilma Madrona

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Uma resposta para Larissa

Uma aluna me perguntou um dia desses o que tenho a dizer a ela que quer ser professora de Língua Portuguesa. Naquele momento eu não tinha nada a dizer. Ela me pegou de surpresa e justo em um momento em que eu estava repensando o que deu certo naquele dia aula. Ao final de cada aula ou de cada dia, faço um balanço: o que teve de positivo, o que consegui realizar, os objetivos que alcançamos.
Num momento em que os pontos positivos não superaram os negativos, incentivar uma discente que quer seguir carreira no magistério não é fácil. Então fiquei o final de semana pensando, procurando o que tem de bom pra dizer a esta aluna, completar o que já tinha falado, encontrar um "apesar de", um "mesmo assim" foi quase impossível, pois não há muitos prós para incentivar uma adolescente a ser professora.
Mas vamos lá, Larissa, vou tentar encontrar algo que ainda incentive alguém a ser professor neste nosso país que não está nem aí para a educação. Porque infelizmente em nosso país, a educação é tema para ser discutido em campanha política a cada dois anos (nas eleições municipais, quando se trata de uma cidade grande, importante para a economia e nas eleições estaduais e federais), na verdade, é instrumento de campanha política . O restante são números, apenas números. 
E não é, Larissa, porque os profissionais da educação não querem. Há no meio do caminho umas pedras chamadas precariedade, remuneração inadequada, violência, falta de material básico e uma maior e mal interpretada, com o nome de promoção automática ou progressão continuada, dentre outras pedras.
Apesar disso, Larissa, o que me faz continuar na educação é que, primeiro, nasci pra isso; é o que faço com mais vontade e dedicação, apesar de me dedicar sempre no que faço; acredito que um povo instruído erra menos, faz escolha melhores, é menos enganado e quando descobre que está sendo usado para "enricar" governantes, sai, protesta, reivindica e até tira do poder tais governantes. 
Ainda sonho com o povo brasileiro alfabetizado, letrado, "armado" de conhecimento para aterrorizar corruptos, chegar à e promover a igualdade social. Ainda sonho, Larissa em ver esta nação dar valor ao que merece valor, e desprezar o que merece desprezo. Falta muito, mas mesmo assim, para meu próprio bem, para o bem dos meus filhos, preciso continuar sonhando (porque sonhar já é característica do professor), acreditando que a educação receba o olhar que merece, seja ponto de discussão, sempre, de pais, mestres, políticos, de toda a sociedade. 
Então, Larissa, sonhe também, acredite e seja uma excelente professora, porque excelente aluna você já é.

É isso,
Ilma Madrona.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

TRÁS E TRAZ

Um pouquinho de gramática:

Pra começo de conversa, a Língua Portuguesa é bem difícil, não é? Segundo já ouvi, é uma das mais difíceis do mundo.  Mas de pouquinho em pouquinho nós aprendemos a usá-la adequadamente.

TRÁS E TRAZ

Duas palavras com mesmo som, mas com escrita e significados diferentes.

Trás é preposição (palavra invariável que liga, conecta termos) também utilizada como advérbio, equivalente a atrás, ou locução adverbial.

       Ex.: Você não sabe o que há por trás disso!
             

Traz é verbo (presente do verbo trazer).
Veja:    Hoje, você traz aquela revista pra mim, por favor?

Basta substituir: Você pode trazer aquela revista pra mim, por favor? O verbo trazer aparece na frase.

Então, traz - verbo trazer e trás - preposição.


É isso,
Ilma Madrona.



domingo, 26 de maio de 2013

E quebra de novo

Confiança é como um copo de vidro: às vezes quebra, dá pra consertar com cola, mas fica sempre aquele receio de descolar na hora do uso.
Mas também quando cai, espatifa no chão e quebra de tal forma que não dá pra colar, o jeito é juntar os cacos e jogar no lixo. Quem sabe vem alguém recolhe, põe pra queimar a uns 1000 graus e transforma em outro copo. Assim outra pessoa poderá se apossar, usar até quebrar de novo...

Ilma Madrona

quarta-feira, 24 de abril de 2013

RESENHA DO LIVRO A cidade do sol, de Khaled Hosseini

     Ganhei um livro de uma amiga, chamada Sílvia. Foi presente de aniversário. E um presente que ela sabe que adoro ganhar.
     Trata-se do livro de Khaled Hosseini, mesmo autor de O caçador de pipas. Se você assistiu ao filme ou leu o livro O caçador de pipas e se emocionou, terá sentimentos parecidos. O livro A cidade do sol traz  sentimentos como revolta, compaixão, esperança, alegria; mas o a esperança é o maior.
     A história se passa numa aldeia fictícia do Afeganistão, na cidade de Herat e chega a Cabul, capital desse país. Não falta tradição, preconceito, humilhação, desprezo, guerra e todas as mazelas trazidas por ela.  "Depois, os tapetes eram enrolados, as armas, carregadas e as montanhas disparavam sobre Cabul, que, por sua vez, disparava contra as montanhas, enquanto Laila e os demais habitantes da cidade ficavam só olhando, tão impotentes quanto o velho Santiago vendo os tubarões abocanharem o seu valioso peixe."
     O livro escancara o que vemos em reportagens de telejornais e alguns documentários. A condição da mulher naquele país, a supervalorização do sexo masculino, os interesses do Ocidente com as guerras travadas lá juntamente com a total falta de interesse pelo sofrimento do povo.
     A história começa com o nascimento de Mariam 1959, conta sobre sua infância e adolescência entra nos anos 70  nos anos 80, época em nasce Laila, outra personagem principal, quando o Afeganistão fazia parte da extinta URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas) liderada e idealizada pela Rússia. Vai até o século XXI (2003). 
     É impressionante a maneira como o autor traz estas épocas sem nos deixar cansados na narrativa. Ele consegue atravessar épocas, guerras, tempos de aparente paz. Evidenciar sua opinião sobre os povos que ali vivem, sobre a influência e presença do Ocidente ali, sem tirar o foco da história em si.
     A narrativa inicialmente é sobre uma menina, fruto de um relacionamento de um patrão muito rico com uma de suas empregadas. Sua relação com o pai quando criança, as consequências de ser filha de um relacionamento assim, como a sociedade daquele lugar vê uma criança gerada nessas condições, etc.
     Enquanto lemos, nos intrigamos com a segunda parte do livro, que começa a contar a história de outra garota, Laila, com seu amiguinho Tariq. A princípio quando estamos lendo esta parte, não compreendemos o porquê dessa garota entrar na história e a protagonista "desaparecer" da narrativa. Mas nos surpreendemos quando as histórias das duas se cruzam no caminho e às vezes se fundem. 
     Além de conhecer a histórias dessas duas mulheres, conhecemos o valor da mulher naquele país, a cultura daquela gente e o mais importante, a esperança e a fé, que são o que move aquele povo sofrido que consegue levar a vida em meio a tanto sofrimento, tantas guerras, tantos desafios que surgem a cada época. "Laila decidiu que não se deixaria abater pelo ressentimento. Mariam não gostaria de vê-la assim. (...) Portanto resolveu seguir tocando a vida. (...) Porque, no fundo, sabia que era tudo o que podia fazer. Viver e ter esperanças."
     O desenrolar da história é emocionante e cheia de surpresas!!!
     Um livro que vale a pena ter, ler, reler quantas vezes quiser! Recomendo.
É isso, 
Ilma Madrona. 

domingo, 24 de março de 2013

Democracia para o Brasil?

Foram lutas e lutas para as liberdades no Brasil. Ficar livre de Portugal, ficar livre da ditadura, liberdade para as mulheres, para os alunos, para os jovens e crianças presas nas redes de prostituição infantil e assim vai...

Peguei-me pensando: Será que os cidadãos brasileiros sabem lidar com a democracia, com a liberdade de expressão, de pensamento, de escolha? 

Porque pensemos: o Brasil está anos luz dos países europeus, norte-americanos e até de alguns vizinhos aqui da América do Sul, quando se fala em educação, saúde, etc. E quando eu digo educação, não estou falando apenas de sentar-se num banco de uma sala de aula e adquirir conhecimento. Falo também de boas maneiras, de respeito, de consciência!

Como é difícil olhar para a população em geral e ver a quem escolhem para nos representar nas câmaras, senado, etc. Como é difícil ver a maneira como tratam o meio em que vivem: parques, ruas, prédios públicos, rios e tudo mais.

Temos os poucos que gritam pelos seus direitos, que fazem ecoar seus pensamentos contra políticos que opinam contra o homossexualismo, que esbravejam suas reações contra opiniões e temos um povo calado em frente a um presidente do senado acusado de dezenas de crimes. Que coisa mais estranha!

Então eu me pergunto: que democracia é esta, que vizinhos se escondem no direito de fazerem o que bem derem na telha, com o volume de seus sons no mais alto que podem, ao ponto de estremecer janelas alheias, com "músicas" que gritam palavras tão baixas que nem o mais sujo consegue pronunciar longe de seu banheiro, tirando o direito dos outros vizinhos de dormirem em plena madrugada?

Que democracia é esta que grita por pouca coisa pelas avenidas e não consegue deixar de votar em ladrões e bandidos para nos representarem no poder? Que democracia é esta que deixamos nossas crianças crescerem sem limites, sair por aí com motos e carros atropelando a torto e a direito com a certeza da impunidade em mente?

Em que regime estamos vivendo que não conseguimos mostrar para nossos jovens que somos responsáveis pelo que fazemos, pelos que não fazemos enquanto podemos; mostrar às nossas crianças os valores necessários para se viver em sociedade, o respeito, o significado da própria palavra Democracia.

A ditadura é e deve ser um regime que tenha ficado na história do nosso país, jamais deveria ser exaltada nem desejada por ninguém, mas de uma coisa estou certa: O Brasil até hoje não tem maturidade para ser democrático! 

E façamos o quê? Acabemos com a democracia? Claro que não, tentemos fazer com que as gerações futuras adquiram maturidade para lidar com ela, exercê-la e exaltá-la como merece.

É isso.
Ilma Madrona.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

MAU E MAL

     Muita gente confunde ao escrever mau e mal. O fato de a pronúncia das duas palavras ser a mesma traz confusão na hora de escrever. Mas é bem simples diferenciar.  Então vamos lá:
MAU é contrário de bom
MAL é contrário de bem
     Na hora de escrever basta fazer este contraponto e você não se confundirá.

Por exemplo:
Dizemos este homem é BOM. O contrário disto é: Este homem é MAU.
E: Ele é BEM educado. O contrário disto é: Ele é MAL educado.

Mais alguns exemplos:
Ela foi BEM na prova. Ela foi Mal na prova.

Você está de BOM humor. Você está de MAU humor.
E assim por diante.

Além disto, mal e bem são da classe dos advérbios e não flexionam, ou seja, não se modificam. A palavra não vai para o plural e é mesma quando se trata de masculino ou feminino. Já bom e mau são adjetivos e flexionam de acordo com a palavra que acompanham. Concorda com o substantivo em número e Gênero.

Somos todos (as) mal informados (as). Somos todos (as) bem informados (as).
Somos todos (as) bons ou boas jogadores/jogadoras. Somos todos (as) maus ou más jogadores/jogadoras.

     Fácil, não é? Agora é só praticar na escrita que fica na mente.

Ilma Madrona

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Não mudou quase nada, querida Clarice!!!

     Em 1967, Clarice Lispector, que pra quem não sabe, foi uma grande escritora da literatura brasileira, escreveu para o Jornal do Brasil, falando sobre o programa do Chacrinha que ela ainda não havia assistido e resolveu ver para conferir de que se tratava o "fenômeno" da TV de que tanto se falava.
     Clarice escreve com uma certa decepção pelo que viu na TV: o apresentador  com "qualquer coisa de doido" que apertava sem parar um buzina quando os calouros não eram do agrado. Clarice continua dando a sua opinião sobre o programa: "Como é deprimente." Não entendendo por que ele era um fenômeno na televisão em  "hora nobre". 
     Clarice encerra seu texto dizendo que ficou "triste, decepcionada: quereria um povo mais exigente." Diz que nossa televisão, com algumas exceções, é pobre e lotada de anúncios. Se nossa grande escritora estivesse aqui hoje veria que não mudou nada!!!
     Nossa TV, Clarice, continua pobre, o povo continua pouco exigente (com algumas exceções), lotada de anúncios. Se você estivesse aqui, ainda se decepcionaria!!!!

Pois é...
Ilma Madrona