quarta-feira, 27 de junho de 2012

EMATER - MINAS GERAIS (VALE DO JEQUETINHONHA)


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Pensando nas condições em que vivíamos na década de 80 na zona rural do Vale do Jequetinhonha, Minas Gerais, me veio uma sigla importante nas nossas vidas: EMATER. Mesmo sem saber o que significava, ela esteve presente em nossas vidas. Lembro-me de que minha mãe participava de palestras promovidas pela EMATER e dentre algumas coisas que aprendia, várias nos mantiveram vivos. 
Uma época em que políticos locais desviavam dinheiro público na cara mais lavada, tínhamos que aprender a sobreviver na raça. Era uma época de mortalidade infantil muito alta, pelo fato de ser uma região pobre e esquecida pelos governantes (mas bem lembrada em épocas de distribuição de santinhos, a cada 4 anos) e por uma característica triste, que era a de um povo simples, fruto da ditadura brasileira que não tinha o costume de reivindicar seus direitos.
Lembro-me de que não andávamos descalços pelo quintal, não tomávamos água sem filtrar ou ferver e tínhamos no quintal sempre que podíamos um canteiro com beterraba ou couve para nos livrarmos da anemia. 
Até fui a uma palestra onde ensinaram a fazer bolo de mandioca. Claro que eu não sei fazer, era bem criancinha e até hoje não aprendi a fazer bolos. 
Muitas crianças morriam naquele lugar (Queixadinha e redondezas,  Caraí, MG). Sobrevivemos graças a Deus, a meus pais que seguiam à risca aos conselhos dos mais sábios.
É isso,
Ilma Madrona.